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  1. A arte de perder não é nenhum mistério; Tantas coisas contêm em si o acidente De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta...

    • Elizabeth Bishop
  2. 20 de set. de 2017 · De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente. A arte de perder não é nenhum mistério. Depois perca mais rápido, com mais critério: Lugares, nomes, a escala subseqüente. Da viagem não feita.

  3. Em 1952, depois de uma viagem pela costa brasileira, Elizabeth encantou-se pelas montanhas de Petrópolis e lá permaneceu por quinze anos. Durante esse período, escreveu numerosos poemas, como o transcrito abaixo e também declamado por Antônio Abujamra.

    • A Arte de Perder
    • O Banho de Xampu
    • Chegada em Santos
    • Filhos de Posseiros
    • Cadela Rosada
    • Melhores Poemas de Elizabeth Bishop Publicado Pela Companhia Das Letras
    • O Iceberg Imaginário
    • Chemin de Fer
    • O Cavalheiro de Shalott

    A arte de perder não é nenhum mistério tantas coisas contém em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouco a cada dia. Aceite austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente. A arte de perder não é nenhum mistério. Depois perca mais rápido, com mais critério: lugares, nomes, a escala subsequente da viagem não feita. Na...

    Os liquens – silenciosas explosões nas pedras – crescem e engordam, concêntricas, cinzentas concussões. Têm um encontro marcado com os halos ao redor da lua, embora até o momento nada tenha mudado. E como o céu há de nos dar guardia enquanto isso não se der, você há de convir, amiga, que se precipitou; e eis no que dá. Porque o Tempo é, mais que tu...

    Eis uma costa; eis um porto; após uma dieta frugal de horizonte, uma paisagem: morros de formas tão práticas, cheios – quem sabe? [de autocomiseração, tristes e agrestes sob a frívola folhagem, uma igrejinha no alto de um deles. E armazéns, alguns em tons débeis de rosa, ou de azul, e umas palmeiras, altas e inseguras. Ah, turistas, então é isso qu...

    Na ilharga inerte do morro, à tarde, dois pontos, menina e menino, brincando, a sós, junto a um outro ponto, uma casa. O sol pisca o olho de vez em quando, e os dois atravessam enormes ondas que se sucedem, de luz e sombra. Um cisco amarelo os acompanha, um cachorrinho. Atrás da montanha nuvens de chuva crescem mais e mais. As crianças cavam buraco...

    Sol forte, céu azul. O Rio sua. Praia apinhada de barracas. Nua, passo apressado, você cruza a rua. Nunca vi um cão tão nu, tão sem nada, sem pelo, pele tão avermelhada… Quem a vê até troca de calçada. Têm medo da raiva. Mas isso não é hidrofobia — é sarna. O olhar é são e esperto. E os seus filhotes, onde estão? (Tetas cheias de leite.) Em que fav...

    O mapa Terra entre águas, sombreada de verde. Sombras, talvez rasos, lhe traçam o contorno, uma linha de recifes, algas como adorno, riscando o azul singelo com seu verde. Ou a terra avança sobre o mar e o levanta e abarca, sem bulir suas águas lentas? Ao longo das praias pardacentas será que a terra puxa o mar e o levanta? A sombra da Terra Nova j...

    O iceberg nos atrai mais que o navio, mesmo acabando com a viagem. Mesmo pairando imóvel, nuvem pétrea, e o mar um mármore revolto. O iceberg nos atrai mais que o navio: queremos esse chão vivo de neve, mesmo com as velas do navio tombadas qual neve indissoluta sobre a água. Ó calmo campo flutuante, sabes que um iceberg dorme em ti, e em breve vai ...

    Sozinha nos trilhos eu ia, coração aos saltos no peito. O espaço entre os dormentes era excessivo, ou muito estreito. Paisagem empobrecida: carvalhos, pinheiros franzinos; e além da folhagem cinzenta vi luzir ao longe o laguinho onde vive o eremita sujo, como uma lágrima translúcida a conter seus sofrimentos ao longo dos anos, lúcida. O eremita deu...

    Qual olho é o dele? Qual membro é real e qual está no espelho? A cor é igual à esquerda e à direita, e ninguém suspeita que esta ou aquela perna, ou braço, seja verdade ou impostura nessa estranha estrutura. A seu ver, isso é prova garantida de uma imagem refletida ao longo desta linha que chamamos de espinha. Modesto, sentia que sua pessoa era met...

    • Luiz Antonio Ribeiro
  4. 1 de set. de 2021 · O poema de Elizabeth Bishop nos deixa o convite: perder. Causa estranhamento, não é? Pois é isso que queremos, instiga-lós a refletir sobre o que o verbo perder faz mexer por aí. A arte de...

  5. 21 de dez. de 2017 · Num de seus melhores poemas, Bishop nos relembra algo tão simples, e ao mesmo tempo especial, como viver é aprender a conjugar o verbo perder: "Perca um pouco a cada dia. / Aceite austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente. / A arte de perder não é nenhum mistério".

  6. 25 de abr. de 2021 · Elizabeth Bishop A arte de perder não é nenhum mistério; Tantas coisas contêm em si o acidente De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente.